sexta-feira, 9 de maio de 2008

Histórias mirabolantes em versos desinteresantes - Se não posso ser um, me viro em dois

Se não posso ser pedreiro, viro madeireiro. Construo minha casa de pau-a-pique e viro barrereiro pra fazer o arremate.
Faço a porta e janela, deixo até algumas frestas pra tirar esse teu cheiro lúbrico.

O pedantismo pouco-a-pouco vai nos matar.

Vou chegar em casa todo-dia, na hora da Ave Maria.
Vou sentir tua faca de aço-velho penetrando o meu corpo, se estranhando em minhas entranhas.
Vou falar baixinho no teu ouvido que ainda te amo.

E de noite, na cama, eu peço pra tu não chorar. Se Deus é feito de misericórdia, Ele ainda há de nos perdoar.

De manhã tudo de novo. O sol-na-cara. Rebento do povo.

3 comentários:

Beatriz Rodrigues disse...

Deixo as frestras abertas para que alguma porção de sol entre e me faça ver diferentes matizes deste nosso viver. Pois então, eu sei, o sol não é mensurável, a ponto de dizermos "uma porção", mas quem sabe por este sol incontável nos chegue uma outra resposta sobre os nossos dias... E talvez pelas frestras possa entrar o novo.

Ou então, eu me despeço.

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tuas palavras me encantam, a ponto de dar vontade de escrever mais... ^^

Karina Peres disse...

caralho.

Jéf disse...

Cara, MUITO foda esse teu texto.
Fazia algum tempo que não lia por aqui. Valeu a pena o retorno.

Abração!